Estrelas Cadentes

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Repentinamente despertou minha atenção, olhar estrelas, estrelas cadentes em céu latino-americano.

Outrora disse o poeta “ora direi ouvir estrelas”, e as estrelas têm feito muito barulho, e muito estrago. Se olharmos a boina de Che Guevara, jovem idealista argentino, que prematuramente tombou vitimado pelos revezes de sua própria revolução, iremos ver a estrela afixada no feltro. Coincidentemente, caindo morto, leva consigo a mesma estrela dos ideais comunistas utópicos de Stalin, ou ainda a mesma estrela admirada, idolatrada e ostentada pelo General Chavez. E as estrelas não são poucas, elas cintilam por toda a faixa de terra que se estende desde o deserto do Novo México, até as planícies da Patagônia. Não ficando de fora, obviamente, os espaços insulares da América Central, em terras cubanas principalmente. Estas estrelas cadentes, também tocaram o solo tupiniquim e como que na lenda etíope da Fênix, ressurgiram das cinzas de sua própria decadência, e se fizeram novas e poderosas, tremulando em bandeiras vermelhas, broches, camisetas, e alcançaram o centro do poder. E é para isso que fundamentalmente devemos atentar.

Breve comentário de reconhecimento: o período de Governo do ex-Presidente Lula, dando continuidade a um plano econômico de governos anteriores, conseguiu estabilizar a economia, e promover uma melhor distribuição de renda no Brasil.

Continuando o raciocínio anterior ao breve comentário, devemos atentar para o que está em curso no Brasil, do ponto de vista político no que diz respeito as posturas daqueles que comandam, e daqueles que são comandados. Está em curso no Brasil, um projeto de poder, que irá passar por cima na medida do possível, de tudo e todos que se mostrem contrários a eles. O fato de um governante promover bem estar a população e desenvolvimento a uma nação, é OBRIGAÇÃO inerente ao cargo que ocupa. O que vejo hoje por parte dos comandados em relação aos seus comandantes, é uma idolatria em nível pessoal, em detrimento a importância das instituições. Alguns falam com eloquência sobre o ex-presidente, como se falassem da segunda e imediata pessoa do messias, aquele filho de Deus, que chamamos de Jesus.

Os usuários ou portadores de estrelas na lapela, se sentem assim semi-deuses, acima de tudo e de todos, e quando se manifestam, que ninguém os contrariem, sob o risco de ser criada instantaneamente, algum tipo de minoria, discriminação ou qualquer coisa do gênero. Ao mesmo tempo, os estrelinhas são contraditórios. Vejamos, eles criam comissões da verdade, para revirar o passado recente da nossa história política, e satisfazer necessidades de resgate dos fatos ocorridos nos porões do DOI-CODI (e doía mesmo). Até aí tudo bem, apoiado, nenhuma contradição até aqui, porém, esta turma, ao tempo em que promove tão digna iniciativa, apoia o regime autoritário e de contra-mão com o bom senso mundial, dos irmãos Castro de Cuba. Apoiam o Chavismo na Venezuela, transformando um país de enorme potencial em uma republiqueta xiliquenta, travestida de democracia e decorada pra variar, com muitas estrelas.

Se fala por aqui de democracia de forma desdenhosa e dúbia. Senão vejamos, Comemorar “10 anos no poder”, é no mínimo contraditório e indicativo de sentimento dinástico. E o que é pior, com ambições pessoais que sobrepujam os interesses da nação. Esta semana tive uma aula fantástica assistindo uma entrevista do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Brito, distinguindo a diferença entre país e nação, o que imediatamente me fez raciocinar que: amo meu país, e tenho muita vergonha da minha nação. Afinal nação se sobrepõe em sentimento e representatividade ao espaço territorial, e representa o conjunto de povo, passado, presente e futuro. Aos 45 anos, faço um restrospecto e percebo que desde que comecei a ter a compreensão dos fatos, que os problemas, escândalos, descasos, se repetem sucessivamente, dia após dia, semana após semana, ano após ano. Será que o sentimento de VERGONHA NA CARA se perdeu em nossa gente? Em nossa gente que comanda e principalmente em nossa gente comandada.

Será que não temos coletivamente a capacidade de sentir vergonha de estradas esburacadas? Será que somos incapazes de sentirmos vergonha de vermos a merenda das nossas crianças nas escolas públicas ser roubada? Será que não conseguimos sentir vergonha dos matadouros públicos nos quais em suas fachadas está escrito: HOSPITAL ou POSTO DE SAÚDE? Será que nunca iremos atentar que devemos sentir vergonha de não recebermos bem quem nos visita, vindo de outros países, pois nossas ruas não têm segurança?

Será que nossas caras nunca irão ficar vermelhas de tanta vergonha? ou será que todo o vermelho necessário para que nossas caras fiquem com vergonha, está sendo usado apenas para pintar estrelas?